"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha
de ser honesto".

(Rui Barbosa)


quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Uma reunião no meio da noite

A rebordosa da carreata ainda rende até hoje, mas rendeu mesmo foi na noite de sábado. Não era para menos, afinal, nem nos piores pesadelos dos petistas imaginava-se tamanha manifestação popular.

Segundo o meu informante anônimo, que não é outro senão o Jambo (aquele que é vermelho por fora e branco por dentro), o PT, vendo a vaca caminhar para o brejo, convocou uma reunião em caráter de urgência. Era necessário processar a carreata da mulher, que revelara o que eles, na sua arrogância, ainda não tinham visto.

Primeiro quiseram saber de onde viera a imensidão de veículos. Um puxa-saco, louco para agradar sustentou que a frota era de Curionópolis. Na maior cara-de-pau chegou a afirmar que 100 veículos tinham sido locados. “E os outros 2.400?” Ninguém soube responder.

Como o momento era de caça as bruxas, a cobrança foi geral. Ninguém admitia que o plano de desmoralizar a carreata tivesse feito água. Não se admitia que um monte de baderneiros, contratado a peso de ouro para “pegar geral” na Rio de Janeiro tivesse falhado na missão. “Fazer o que se a fila de carros parecia uma avalanche interminável?”, se dizia à guisa de justificativa. Era verdade, mas bem que eles tentaram. Nas imagens registradas pela equipe de TV, até um figura conhecida ameaça o cinegrafista que captava imagens com o revolver.

Por fim, saiu a idéia louca. “Já sei, vamos divulgar que a carreata só tinha crianças” Não prosperou porque acharam que não seria de bom tom curtir com a cara das 10 mil pessoas que foram à manifestação, além das outras tantas espalhadas ao longo do trajeto, a estender o tapete à grande manifestação branca, que contagiara a multidão e levara de roldão a certeza de mais quatro anos de incompetência. A idéia prosseguiu e no final saiu um monstrengo, uma espécie de colcha de retalhos, um samba do crioulo doido. “Vamos divulgar que no nosso comício compareceram 20 mil (na verdade, entre os cabos eleitorais contratados – a metade vota na Bel – e os militantes, nada além de 4 mil pessoas) e que na carreata só deu menino e bêbado”. Jerico perde.

De prático mesmo só a decisão de endurecer com a oposição e pressionar ainda mais os funcionários públicos. No dia seguinte, começaram a cumprir o prometido. Uma equipe da prefeitura, de forma truculenta arrancou todos os banners e cavaletes da rotatória e ao longo do canteiro central. A tarde começaram as reuniões setorizadas na prefeitura. Na Saúde o recado foi claro: ou vota em Darci ou rua. O mesmo aconteceu nas escolas.

Finalmente decidiram demitir sumariamente o marketeiro, acusado de incompetência. Injustiça. O PT de Parauapebas ainda não percebeu que é impossível fazer omelete se não há ovos.

o artigo que será publicado no jornal HOJE de sexta-feira

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