"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha
de ser honesto".

(Rui Barbosa)


quinta-feira, 8 de outubro de 2009

O acordão se materializa

Na última terça-feira, o vereador Faisal Salmen conversava com a reportagem do HOJE e dizia bestificado: “meu Deus, Parauapebas não tem mais oposição”. O vereador se referia a dois eventos que ocorrera com intervalo de apenas dois dias. O anúncio da filiação do secretário de Obras, João Fontana no PMDB e o ingresso de Valmir Queiroz Mariano no PDT.

Até aquela altura, o PMDB era tido como uma possível oposição a Darci, não só nas eleições proporcionais de 2010, como também nas majoritárias de 2012.

Da mesma forma Valmir da Integral era quem melhor personificava a imagem de uma terceira via vitoriosa, capaz de restabelecer a auto-estima da população, tão avacalhada com as seguidas administrações desastrosas. Hoje tudo não passa de um ponto de interrogação, o que não deixa de ser uma constatação acertada do vereador do PSDB.

Por casualidade ou estratégia, o prefeito Darci Lermen conseguiu colocar seus tentáculos em todos os setores, inclusive da insuspeitada oposição chamada de PMDB.

Deve-se dizer que João Fontana no PMDB, ainda que pareça incrível, é plausível a partir da gradual aproximação do prefeito Darci Lermen com a deputada Bel Mesquita, para muitos muito mais remota do que se imagina, aliás, data de um pouco antes de 2004, quando Darci se candidatou pela primeira vez e recebeu o apoio velado de Bel Mesquita e as bênçãos escancaradas de Welney Lopes de Carvalho, que intermediou inclusive financiamento para a campanha do petista (o restaurante Porcão que o diga).

Por conta desse acordão, a candidatura de Faisal Salmem a prefeito já nascera morta e foi um jogo de cartas marcadas. Em outras palavras: embora não soubesse, Faisal entrou na disputa escalado para perder.

Em 2008, a história se repetiu, mas a bola da vez era Bel Mesquita, que também perdeu a eleição de maneira estranha, levando a cidade inteira a desconfiar que o dito acordão existia de fato.

Pois bem, o ingresso de João Fontana no PMDB revela que as desconfianças da cidade podem muito bem ter fundamento, já que Fontana não iria para o PMDB por conta própria.

A pergunta é a seguinte: se realmente as campanhas de 2004 e 2008 foram uma jogada ensaiada, como será a campanha de 2012? Será que é a vez de Bel? Bom, se houver o apoio do prefeito em 2010 para a deputada, ainda que velado, a coisa fica muita clara e só não verá quem for sofrer de miopia política.

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