"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha
de ser honesto".

(Rui Barbosa)


segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Desrespeito

O que aconteceu no corredor da folia ontem foi uma completo desrespeito ao público que foi em massa prestigiar a programção de carnaval.

O início do desfile das escolas, que estava previsto para às 20 horas só começou às 11 e aí o que se viu foi uma profusão de reclamações do público.

Não se sabe ainda se a culpa foi da secretaria de Cultura, da Liga das Escolas de Samba ou das escolas. O certo é que a primeira escola a trasou a entrada porque um carro alegórico não conseguiu chegar a tempo. Se sabe que em desfiles, atrasos são normais, mas duas horas é um pouco demais. Bastaria a Liga ou a Secult dar um prazo de 10, 20 minutos, mas não fizeram isso e foi aquela encheção de saco.

Os atrasos seguintes foram motivados pelo congestionamento de veículos na área de dispersão. Ora, se sabiam que a dispersão precisava de espaço não deveriam ter permitido que veículos estacionassem na rua. Bastaria acionar o serviço de som e depois, o DMTT.

A coisa ficou tão esquisita que a Cristina Carmona, presidente da Eles e Elas botou a boca no trombone e disse que devido o atraso, os foliões da sua escola estavam indo embora e criticou a organização no serviço de som.

O negócio é planejar para no ano que vem não aconteça novamente e o público que prestigia possa sair satisfeito.

Um comentário:

claudio feitosa disse...

Caro Marcel,
Desde que assumi a Secult, eu e toda a equipe que lá trabalha temos nos esforçado para qualificar as ações culturais no município. São vários os exemplos, que vou evitar elencá-los para não ser prolixo. Entretanto, o que de fato considero muito relevante no nosso método de trabalho não tem a ver com a produção de eventos ou espetáculos. Trata-se do conceito de fortalecimento das entidades culturais com as quais nos relacionamos. Para isso, uma das teclas que vimos tocando insistentemente é a da autonomia das entidades, evitando um tutelamento que vicia pelo paternalismo e empobrece a capacidade de organização popular.
Ainda no ano passado anunciamos que o concurso dos blocos e escolas de samba ficaria a cargo da Liga das agremiações carnavalescas, e desde então há este entendimento, inclusive em regulamento produzido e aprovado pela referida Liga. A participação da Secretaria é a de apoio. Portanto, quem determina quando o desfile começa é a Liga. Mas se o atraso no início dos desfiles não pode ser debitado na conta da Secult (não procede a história da dispersão!), o mesmo não podemos falar sobre problemas com a sonorização na passagem das escolas. A infraestrutura montada em toda a festa é de nossa responsabilidade, e de antemão assumo os problemas enfrentados na noite de domingo, e por eles me penalizo.
Neste Carnaval tudo foi pensado para qualificar a festa: a estrutura de arquibancada e camarote, o telão de alta definição e a sonorização em toda a extensão da avenida são exemplos disso. Mas o fato de termos os desfiles (quatro para uma só noite) no mesmo espaço em que acontecem os shows para mais de 20 mil pessoas gera problemas de ordem estrutural e organizativa, que estamos dispostos a enfrentar e solucionar conjuntamente com os blocos e escolas de samba, que são parte fundamental da nossa mais importante festa popular.

Cláudio Feitosa
secretário municipal de cultura