"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha
de ser honesto".

(Rui Barbosa)


sábado, 29 de maio de 2010

Câmara precisa começar a liderar os debates

Na visão da maioria da população, a Câmara é um dos últimos refúgios das suas inquietações. Baluarte da democracia, guardião dos interesses da comunidade o Legislativo deve ser uma sentinela, inclusive contra os abusos do Executivo, como por exemplo, na questão do aumento exagerado da tarifa da água, que muito se debateu, mas os resultados foram irrisórios; no final, a população continuou sendo prejudicada com um reajuste que em alguns casos chegou aos 300%. Veja bem, a Câmara debateu, esperneou, mas o Executivo levou a parada porque contou com o cansaço dos vereadores.

Com tamanha responsabilidade sobre os ombros é necessário uma Câmara antenada com o pensamento popular, com vereadores trabalhadores, que gostem de dar expediente e que não se escondam durante a semana nas suas fazendas.

O caso de Ana Karina revela bem o papel da Câmara. Quinze dias de comoção popular, duas ou três manifestações nas dependências e no plenário da Câmara para finalmente gerar uma CPI.

A CPI é importante porque pode quebrar o sigilo telefônico dos implicados, porque tem poder de interrogar eventuais testemunhas e os requeridos, além de dar a sensação de que essa família, que já conta com a solidariedade da comunidade está sendo protegida, acarinhada.

Apesar de um pouco tardia, a CPI chega num momento importante. Ela poderia ter se antecipado aos fatos, liderado o processo, mas deixou que os acontecimentos lhe atropelassem. De qualquer maneira, está valendo o velho ditado: antes tarde do que nunca.

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