"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha
de ser honesto".

(Rui Barbosa)


segunda-feira, 21 de março de 2011

Não é a invenção da roda

O que vou rabiscar aqui não é a invenção da roda, ao contrário, muita gente boa, como Faisal Salmen, Leo Mendes, Wanterlor Bandeira, Pedro Alcântara anda preocupada, de modo que não sou o único e muito menos único autor da ideia.

Ao ver os milhões de reais sendo torrados de forma inconsequente pelos nossos governantes, que imaginam erroneamente que as reservas de ferro são infinitas e partindo do fato de que os 400 anos de exploração se resumem a menos de 50 anos, talvez fosse hora de dar um freio na gastança generalizada que se vê hoje em dia e convenhamos, a dita gastança não foi criada pela administração atual, ele é bem mais idosa do que se pensa; na verdade vem de outros carnavais, de outras administrações, entretanto, nunca chegou a esse nível. Aqui se torra R$ 50 milhões de reais por mês, como se fosse dinheiro de feira, melhor, como se fosse coisa de marido farrista que desce de Carajás, com o pagamento do mês e passa direto pra zona e só aparece no domingo de tarde, com cara de quem cometeu uma simples travessura.

Vamos parar com isso! Não, senhores, fazer desaparecer R$ 50 milhões por mês não é uma travessura de marido levado, é muito mais do que isso, é jogar o futuro de uma sociedade na lata do lixo.

A proposta é que a Câmara aprove um projeto de lei criando uma espécie de colchão, popança forçada, fundo soberano, ou qualquer outra nomenclatura, separando um percentual dos royalties 5%, ou um pouco mais para que esse recursos sejam depositados em um banco sem que se possa mexer por pelo menos sete anos. Esse dinheiro seria supervisionado por entidades de reputação ilibada tipo Apae, Sorri e outras mais, ou seja , co ntrolado socialmente.

Esse dinheiro seria utilizado depois disso na elaboração de um diagnóstico econômico para que o município pudesse encontrar uma nova matriz econômica, que poderia ser a de pólo de conhecimento com universidades com cursos de ponta, como medicina, engenharia de minas, geologia etc ou qualquer outra coisa que substituísse a extração mineral, que caminha para exaustão.

Confesso que em virtude dos meus poucos conhecimentos jurídicos achava que talvez não houvesse legalidade para que a Câmara legislasse sobre isso, mas ao que parece, não é bem assim. A Câmara não pode onerar ou criar despesa para o Executivo, mas nesse caso não seria criação de despesas e sim proteção ao patrimônio público, uma vez que o Executivo se mostrar incapaz de assim proceder e se limita a fazer desaparecer tudo de valor que encontra pela frente.
A população agradeceria muito.


(artigo publicado no jornal HOJE, edição 450 - Coluna do Marcel)

Nenhum comentário: