"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha
de ser honesto".

(Rui Barbosa)


sexta-feira, 22 de julho de 2011

Eleições polarizadas

Ao contrário de alguns analistas, que supõem que haverá uma profusão de candidaturas nas eleições do ano que vem (tem gente que sustenta que pelo menos uma dezena de candidatos disputará as boas graças do eleitorado), eu não vejo nada disso, ao contrário, estou cada dia mais convencido que teremos uma eleição polarizada.

Apenas para relembrar, em 2008, um ano antes das eleições, um monte de pré-candidaturas saracoteava pelos bairros, pelas esquinas, num eterno balão de ensaio, à procura de eventuais apoios. Na hora de a onça beber água, o candidato do governo saiu na frente e a única oposição (ainda assim, à meia boca) era da ex-deputada Bel Mesquita. Mesmo com mais três candidaturas nanicas - ninguém em sã consciência pode dizer que Cláudio Almeida, Vassourinha e Alessandro Spinelli vieram ara disputar a vera.

Hoje pode se falar em Raimundo Cabeludo, Cláudio Almeida, Zé Rinaldo, Valmir da Integral, Bel Mesquita, Magliano Baese, ou Agnaldo Ávila, Daniel da Paulistinha, Jonas Alves, Antônio Massud, Rui Vassourinha, Chico das Cortinas, além do candidato do governo, que pode ser Coutinho, Eusébio, Roque Dutra, Milton Zimmer, porém, no frigir dos ovos restarão apenas os que tiverem garrafa vazia pra vender.

No duro, no duro, teremos Valmir da Integral (é bobagem imaginar um cara com mais de 40% abrindo mão de uma candidatura), o pré-candidato do governo, que com certeza virá muito forte e talvez, Bel Mesquita, que iremos falar depois.

Há um ano e tanto das eleições, se pode analisar tendência e não fatos, até porque os fatos ainda não existem. Baseado nessas tendências ou pressupostos, podemos afirmar que o pré-candidato do governador, que atende pelo nome de Zé Rinaldo ainda está longe de ser uma realidade viável. Se não decolar, o jeito é ir todo mundo pra aba do Valmir e aí pode incluir, Daniel, Magliano, Antônio Massud e até mesmo Claudio Almeida.

Partindo dessa redução automática, motivada muito mais pelo instinto de sobrevivência do que por qualquer outra coisa, teremos (novamente) o candidato do governo municipal, o candidato do governador, que poderá ser Valmir da Integral, ou não, mas, há sinalizações de que essa probabilidade é grande demais para ser desprezada e ... Bel Mesquita, que nessa altura do campeonato flerta abertamente com o PT. Não é a toa que o vereador Odilon já é líder do governo Darci na Câmara, de modo que falta (falta?) apenas a vereadora Francis Resende.

Veja bem, seria a fome com a vontade de comer. Se ninguém da base aliada decolar (até agora ensaiam um vôozinho, mas não ainda conseguiram ganhar altura), o plano mais à mão seria mesmo Bel e alguém do PT de vice, naquela de perde-se os anéis e fiquem os dedos. Para Bel não seria nada do outro mundo, afinal, na semana passada o PMDB já conversou com o PT e não deve ter sido para trocar receita de bolo.

Acredito que haverá outros atores, mas não outros protagonistas, de modo que as eleições devem ser polarizadas, sim.


(artigo publicado no jornal HOJE - Coluna do Marcel)

Um comentário:

Ricardo Damasneno disse...

Pois eu acredito no Zé Rinaldo sim.
Novo e dinâmico, e com uma visão de estadista.