"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha
de ser honesto".

(Rui Barbosa)


sábado, 6 de agosto de 2011

PMDB vira a cabeça dos analistas

Bastou acabar o recesso parlamentar para que os balões de ensaio, que os últimos tempos andaram meio jururus darem o ar da graça. Nas esquinas, nos botecos e nas rodadas das cabeças pensantes (algumas tidas e havidas como analistas políticas, outras nem tanto) as apostas começam a ganhar corpo.

Como é normal, faltando ainda um ano e meio para as eleições, tem neguinho atirando pra tudo quanto é lado, naquela de atirar no que viu e acertar o que não viu. Por conta da movimentação dos partidos, que nem sempre primam pela coerência, os prognósticos às vezes soam tão estapafúrdios que fazem os vôos rasantes dos bovinos serelepes parecerem coisas sem sentido. Decididamente os analistas não esperavam os lances do recesso parlamentar.

Antes de junho a bola da vez era o PP. Imaginava-se que o partido de Roque Dutra avançaria sobre o elenco de pré-candidatos a vereador do bem ajustado PTB do vereador Massud, mas não foi o que se viu. Imaginou-se que não sobraria pedra sobre pedra no front do PTB, mas devagar o vereador foi fazendo as reposições e o partido está razoavelmente em pé. Perdeu Caiado, Joseneto, Zé Raimundo, Cirilo, Deibson Rodrigues e Fernando da Ótica, mas amealhou outros no mercado.

Contra todos os prognósticos (e aí é que os analistas baratinam), os dissidentes foram parar no PMDB. No momento em que o partido não dava o menor sinal de ter reserva para virar o jogo, personagens que habitam nas sombras resolveram mexer os pauzinhos e tirar a política da terrinha da mesmice.

Primeiro WLC andou fazendo uns devorteios (como diria a velha gorda), conversou umas coisas ao pé de ouvido de alguns, distribuiu uns mimos para outros e trocou uns dedos de prosa com o alcaide.

Não se sabe se foi isso, mas depois do colóquio, Lermen, que de lerdo não tem nada, direcionou os dissidentes do PTB e os entregou dentro de uma bandeja para que Odilon se servisse. Ele que andava ameaçado de não se reeleger por falta de coeficiente eleitoral exibiu um largo sorriso e aceitou de bom grado. Odilon, mais do que ninguém sabe de cor e salteado que é dando que se recebe.

O único senão diz respeito ao PMDB oposicionista. Palavra, que gostaria de saber como Francis Resende e sua turma estão administrando tudo isso. Será que vão continuar na trincheira ou vão achar que fogo de morro acima e água de morro abaixo é feito sangria desatada e não tem jeito?


Artigo publicado no jornal HOJE - 468

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