skip to main |
skip to sidebar
"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha
de ser honesto".
(Rui Barbosa)
CPI de Cachoeira - a blinfagem dos governadores
Merval Pereira, O Globo
Mais uma vez os
senadores Randolfe Rodrigues, do PSOL, e Pedro Taques, do PDT, e o
deputado Miro Teixeira, também do PDT, colocaram em evidência o que já
não se preocupa em esconder na CPI do Cachoeira: o acordo de partidos da
base governista, como o PT e o PMDB, e o PSDB para proteger seus
governadores.
O adiamento para terça-feira da votação para a
quebra do sigilo nacional da empreiteira Delta e convocação dos
governadores de Goiás, Marconi Perillo, do PSDB, Agnelo Queiroz, do PT
do Distrito federal, e Sérgio Cabral, do PMDB do Rio de Janeiro, revela a
tentativa de reorganizar as forças políticas que querem que a CPI não
produza resultados concretos nem tenha consequências políticas, já que
não foi possível ao governo até agora fazer com que a oposição sofra
perdas seletivamente.
O PSOL detalhou, através do senador Randolfe
Rodrigues, o que apurou na farta documentação à disposição da CPI:
transferência de R$ 40 milhões da Delta para contas laranjas de
Cachoeira e outras empresas a ele vinculadas, efetuada em agências
bancárias do Rio de Janeiro (agências Rio Branco e Assembleia), com
muitas parcelas menores que R$ 100 mil — para evitar análise do Coaf.
Compulsar
os recebedores desses recursos — até aqui há 34 listados — com doações
de campanha será muito importante. “A indisponibilidade dos bens dessa
empreiteira corrupta, pedida por integrantes da CPI, é um imperativo”
para o deputado Chico Alencar, que participa da CPI na condição de líder
do PSOL.
Os próximos dias serão de amplas negociações e avaliação
das blindagens possíveis, embora esteja claro que, mesmo tendo a
maioria da CPI, os aliados do governo não têm a maioria moral para
impedir decisões quando elas se tornam inevitáveis. O risco é o da
desmoralização completa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário