"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha
de ser honesto".

(Rui Barbosa)


quarta-feira, 10 de outubro de 2012

COLUNA DO MARCEL


UM TIRO NO PÉ


Há menos de quatro dias para o final do processo eleitoral, uma notícia abala a terrinha; uma aeronave, advinda da capital do Estado aterra no aeroporto de Carajás. No seu interior, três bolsas com mais de R$ 1 milhão de reais, supostamente para os dias finais da campanha política de um determinado candidato.
Evidentemente que a notícia correu como rastilho de pólvora e se as chances já eram poucas, se tornaram escassas, quase zero depois do furdunço verificado.

Apesar dos indícios claros como água, no mesmo dia surgiram novas versões que podem até explicar, mas não justificam em absoluto, ao contrário, colocaram a nu uma história que já se sabia contumaz nas rodas palacianas. Ainda naquele dia do voo rasante da aeronave, toda cidade comentava o crime eleitoral que seria perpetrado, tingindo de vergonha o processo eleitoral, que a bem da verdade, só não está irremediavelmente avacalhado por obra e graça da atuação segura do juiz eleitoral, Líbio Araújo Moura.
Num rompante de cinismo chegaram a imputar o eventual crime  ao adversário, numa covardia poucas vezes vista. Para limpar a barra de alguns uma empresa chegou a assumir a paternidade de uma criança, ainda que ele fosse feia de doer.

A coisa caminhava para um final melancólico (ainda que para a população, o culpado já tivesse nome e sobrenome), quando de repente, não mais que de repente, os jornais de fora, como o Correio do Tocantins, O Liberal, Diário do Pará e Folha de São Paulo escancararam a linha de investigação do Policia Federal e o que já haviam apurado até aquele exato momento.

Primeiramente apuraram que o casal que transportava o dinheiro era primo de um alto funcionário da prefeitura que operava há muito tempo; depois do interrogatório, os  envolvidos disseram que o dinheiro era mesmo para a campanha em questão, mais ainda, quem estava no saguão do aeroporto era o coordenador geral da campanha do retromencionado candidato e ao ver a casa cair, com a chegada do juiz e da polícia tratou de se mandar. A última dedução da polícia foi que o dinheiro seria para uma possível boca de urna.
Depois disso aí, nem precisa dizer que a coisa virou de ponta cabeça e as pequenas chances despencaram a ponto dessa candidatura não valer mais uma masca de fumo ruim. Seria aquilo que os expertes de economia chamar de viés de baixa. 

Nenhum comentário: