"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha
de ser honesto".

(Rui Barbosa)


sexta-feira, 12 de outubro de 2012

COLUNA DO MARCEL



 A vitória de Valmir – A indignação silenciosa


A vitória tem muitas mães, já a derrota é órfã. Trocando em miúdos, um pouco mais, se diria que quando o filho é feio ninguém quer a paternidade. Partindo desse pressuposto, a coluna tentará neste e nos próximos artigos dissecar nuance e particularidades que resultaram na vitória de Valmir da Integral.

Evidentemente que a coluna não se arvorará em dona da verdade, ao contrário, vai se basear apenas naquilo que captou no sentimento das ruas.

Pra começar, o óbvio. A vitória de Valmir da Integral estava escrita nas estrelas. Desde o começo já se sabia que os sinos dobrariam para Valmir da Integral; até as crianças de colo tinham essa consciência. Não que de repente a população cismasse em dar as chaves da cidade para o “velhote” como prêmio de consolação pela boa votação de 2010 para deputado estadual, na qual ele terminou na primeira-suplência. Nada disso, a acachapante vitória do dia 07 aconteceu por obra e graça de uma indignação silenciosa que desaguou no mar de bandeiras azuis e numa diferença de quase 20 mil votos.

Deve-se dizer, entretanto, que essa indignação não surgiu da noite para o dia. Em 2008 quando, quando o desastrado prefeito Darci Lermen tentou a reeleição já havia um cheiro de revolta no ar. Já naquela oportunidade o problema da água era gritante e muitos secretários e assessores já exibiam fortunas recém-adquiridas, lançando uma série de interrogações sobre a origem, porém, a sua adversária não possuía nenhum diferencial capaz de fazer um contraponto, de modo que o povo resolveu dar uma nova oportunidade ao prefeito malino (em parte pela enxurrada de dinheiro que foi derramada na campanha eleitoral).

Como dizem os mais antigos, o costume do cachimbo entorta a boca. Ao invés de agarrar a oportunidade não merecida, a administração petista optou em caminhar pelo caminho do descaso e do pouco cuidado com os recursos públicos, apostando em um novo derramamento de dinheiro na campanha de 2012. A estratégia era tão evidente que não se preocuparam em construir novas lideranças e lançaram um desconhecido a prefeito na certeza de que a força da grana falaria mais alto.

Como as urnas mostraram nada disso deu certo. De agora em diante, os próximos gestores deverão se preocupar em trabalhar, atender as reais necessidades da população. A sonhada longevidade no poder precisa ser calçada no trabalho.


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