"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha
de ser honesto".

(Rui Barbosa)


sexta-feira, 23 de novembro de 2012

COLUNA DO MARCEL - Trafegando na PA-150


Diz o ditado que pimenta no olho dos outros é suco de frutas. É a mais pura verdade. Bastou o suplício de ter que trafegar pela PA-150, no trecho Eldorado do Carajás a Conceição para que as inevitáveis considerações sobre o estados das rodovias paraenses voltassem com toda força. De quebra ainda tive tempo de criticar os governantes do Pará incompetentes e descomprometidos com a região para alguns companheiros de viagem. 

Ainda que  atribua a culpa ao atual governador Simão Jatene e a sua antecessora, Ana Júlia, devo dizer que infelizmente, a situação do Pará continuará assim, um desgoverno total. Esse governador não fará nada e o próximo também não.

O problema do Pará é estrutural e financeiro. O Estado está tecnicamente falido, não tem dinheiro pra nada. Imagina que em 2010, depois das despesas com o custeio da máquina administrativa, folha de pagamento e "outras cosistas más", sobraram apenas R$ 200 milhões para investimento. Até onde se sabe a situação não mudou muito de lá para cá, ou seja, vamos continuar trafegando por estradas esburacadas e sendo alvo da sanha de bandidos que aproveitam da baixa velocidade para praticar assaltos, que jogam na nossa cara a falta de bons governantes.  

A falta de dinheiro inviabiliza praticamente qualquer investimento, perincipalmente no que se refere a situação deplorável das estradas, principalmente as do interior.

Infelizmente tivemos uma oportunidade de ouro para equacionar os problemas com a divisão do Estado e colocar na quota da União boa parte da infra-estrutura que precisamos, mas alguns idiotas de plantão acharam que ser grande é ser dono de uma grande extensão de terras, mesmo que tenha uma importância insignificante no contexto nacional e lideraram o Estado a uma aventura insana, que trará consequências desastrosas na vida de cada paraense (naturais ou adotados).

Imaginar que se pode administrar um Estado de dimensões continentais de Belém, ignorando os problemas existentes em Santana do Araguaia  na divisa de Mato Grosso; em Jacareacanga, pertinho do Amazonas e na região do Marajó é passar um atestado de Burrice, de alienação, de mau caratismo, enfim, na cabeça deles todo mundo pode se ferrar, desde que a boa vida de alguns políticos seja mantida, tendo como pano de fundo uma falsa bandeira política, inclusive com uma evocações hipócritas e oportunistas, do tipo cabanagem etc, infelizmente, com a anuência de milhares e milhares de pessoas mal informadas e utilizadas como massa de manobra. 

A culpa dos políticos talvez nem seja a de não conseguir resolver o problema, mas, de terem participado ativamente do recente atentado contra o bem estar do povo paraense, como um todo e não somente os da região metropolitana.  

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