"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha
de ser honesto".

(Rui Barbosa)


terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Coluna do Marcel Nogueira


Matando a galinha dos ovos de ouro

Todos os anos as quase 12 mil empresas do município começam a dura batalha para se manter de pé, sem saber ao certo se terminarão o ano vivos no mercado. São dificuldades inerentes do próprio mercado e outras que são colocadas casualmente ou por pura perversidade por parte daqueles que deveriam facilitar-lhes o caminho.
Deve-se dizer que alguma eventual facilidade para adiantar o lado do empresariado, tão fustigado por uma carga tributária desumana não deve ser colocada na conta da alguma benemerência por parte do Poder Público, ao contrário, deve ser tomada com uma sinalização de boa vontade para um importante e fundamental aliado que atua na geração de emprego e renda.

A importância dessa parcela da sociedade, normalmente demonizada como demasiadamente mercantilista, deveria ser reconhecida publicamente, afinal de contas, matar um leão por dia e com seus impostos sustentar o fausto da corte não é pra qualquer um.

Na semana passada fiquei pasmado quando um contador amigo meu me confidenciou que no frigir dos ovos um processo de licença de operação chega a custar de R$ 4 a R$ 5 mil, incluindo aí custo com contador, técnico que monta o processo e as taxas municipais. Imagine um micro empresário que tenta se equilibrar na corda bamba de sombrinha, gerando emprego, comprando, pagando, dando volume de jogo na atividade econômica e ainda assim, pagar taxas sem pé nem cabeça, Alvará de localização, ISS, ICMS Imposto de renda e os escambau de bico. Não é a toa que de cada cinco empresas que são abertas, três não vivem para comemorar o quinto ano de existência.

O governo que se preza precisa arrecadar, até porque  precisa dar resposta aos serviços sociais, entretanto, há muitas maneiras de arrecadar sem asfixiar um parceiro importante. Exemplo: A planta de valores do município, que é a base pra cobrança do IPTU está desatualizada há pelo menos 20 anos. Hoje em dia cerca de 90 mil residências existentes na cidade pagam muito ou nenhum IPTU. Enquanto isso uma minoria tem que carregar o município nas costas pagando taxas e tributos exorbitantes. Em outras palavras, como o município não consegue cobrar de todos, sacrifica os que estão mais à mão. Lembram-se da história da galinha dos ovos de ouro? Pois é, o município está matando a galinha.

O justo seria atualizar a planta de valores, atualizar o IPTU, cobrando um tributo justo, sem exageros e desonerar o setor produtivo.


Num momento em que milhares de pessoas perambulam pelos corredores da prefeitura em busca de empregos, proteger a iniciativa privada, principalmente os micro e pequenos empresários, é sem dúvidas uma iniciativa inteligente. 

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